terça-feira, 28 de agosto de 2007

Cidadãs e cidadãos!


O direito à cidadania é uma das condições mais importantes para muitas pessoas. Poder se sentir membro da comunidade gentílica, é algo de que, provavelmente, a grande maioria não prescinde. Poder participar da vida pública do país, possuir direitos e deveres, ser livre (dentro dos limites da lei) é uma conquista quem vem se consolidando nas democracias modernas.
A origem deste avanço pode ser encontrada em dois momentos distintos da História da Humanidade. O primeiro remonta à Antiga Grécia e suas pólis (cidades-estados) e o segundo à Revolução Francesa, do século XVIII.
Para os gregos a condição de cidadania estava atrelada ao nascimento (ser grego), à maioridade (18 anos em Atenas e 25 em Esparta) e ao serviço público (como servir ao exército ou pagar impostos), lembrando que só homens exercitavam estes direitos. Ainda em Atenas, o bom cidadão era o que expressava-se na Assembléia.
A Revolução Francesa, extinguiu o Ancièt Regime e promulgou a
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que entre outras coisas, define os homens como livres e iguais perante a lei e que serviu de princípio para a maioria das leis modernas.
Depois vieram inclusão das mulheres, ampliação dos direitos e as mudanças não param. Atualmente a cidadania se vê diante de novas interpretações como a dupla cidadania, a cidadania nos blocos econômicos (MERCOSUL e União Européia, etc.) e mesmo os direitos através de mundo virtual que cria uma espécie de nova cidadania.
É a dinâmica da História, reinventar conceitos e fórmulas e estar em constante transformação.

Veja como a cidadania é tratada no Brasil

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm

Quais os desafios que existem na construção da cidadania atualmente?

Que soluções podem ser proposta para a cidadania no mundo globalizado e no mundo virtual?
Comunidade Cidadania

domingo, 19 de agosto de 2007

Escravidão e Inferno!


O Brasil da Chamada fase “Pré-Colonial” e posteriormente, do Ciclo do Açúcar, foi um projeto pensado de acordo com os interesses mercantilistas da burguesia e da Coroa portuguesa. Os trinta primeiros anos foram de poucos contatos e de reconhecimento, bem como de defesa da costa das invasões e das ações de pirataria francesas em Pernambuco, no Maranhão e no Rio de Janeiro. Isto tudo não é novidade alguma. Porém para que tal projeto pudesse vingar, foi preciso uma oportuna conjugação de elementos .
Em primeiro lugar a divisão de terras com a Espanha (através do Tratado de Tordesilhas), que fez com que a outra monarquia ibérica não abocanhasse estas paragens. Em segundo lugar, o fato de que as demais coroas européias se encontravam em momentos de formação ou envolvidas em conflitos continentais que as impossibilitaram de concorrerem com os lusos por este território. Outro fator importante foi a disponibilidade de uma parcela de capitais da iniciativa privada para aceitar as capitanias (em especial São Vicente e Pernambuco, as que efetivamente prosperaram) e por fim a disponibilidade de mão-de-obra a priori indígena e a posteriori africana na forma de escravos, somando a isto, o capital holandês e a parceria comercial com os batavos.
Contingentes elevados de nativos (os negros da terra) e depois de africanos transplantados para o novo mundo é que foram encaixados nos mecanismos de exploração colonial de modo a tornar esta empreitada possível e lucrativa. Em especial a economia agroexportadora do açúcar absorveu um número enorme de braços africanos e transformou-os à custa de castigos, torturas e imposições em ladinos, “mãos e pés” dos senhores de engenho, na expressão de Antonil. Além de serem importantes na atividade agrícola, estes escravos eram uma excelente fonte de lucros no tráfico negreiro através do Atlântico.
O curioso é que o pagamento por tais escravos nas regiões onde eram capturados era feito em algodão, cachaça, melaço e fumo, sendo assim a complementaridade se dava de forma muito conveniente, pois os bens da terra serviam como moeda de troca pelos africanos.
A prática escravista do lusos vinha de longa data e era conhecida dos europeus desde as Cruzadas, onde os “infiéis” (mulçumanos) – assim chamados pelos cruzados – podiam ser escravizados com o aval da Igreja, Rapidamente esta particularidade se estendeu para os povos nativos do Continente Africano devido à sua religiosidade diferenciada e ao fato de serem considerados inferiores em relação aos europeus.
Tais justificativas também foram aplicadas em relação aos Ameríndios que igualmente foram utilizados como escravos mas, que devido a elementos como a alta mortalidade (provocada pelas guerras de escravização e pelas doenças trazidas da Europa) a baixa demografia nativa no litoral, ao incentivo dado pela Coroa para compra de escravos da África (com interesses econômicos) e pela intervenção católica que queria a catequização dos índios foi sendo gradualmente substituída pela força dos africanos.
Desta forma o Brasil foi inserido nas rotas comerciais européias. Com a iniciativa da Coroa e a participação de particulares e principalmente com o suor e o sangue de negros e índios que cultivaram e extraíram riquezas desta terra.



  • Comente o papel da Igreja Católica na exploração mão-de-obra no Brasil Colônia

  • Justifique as razões que levaram os colonizadores a substituirem a mão-de-obra indígena pela africana.

  • Mais:


    RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro. Companhia das Letras, São Paulo: 1999.


    FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. Companhia Editora Nacional, São Paulo: 2004.


    KOK, Glória Porto. A Escravidaão No Brasil Colonial. Editora Saraiva, São Paulo: 1997.

    segunda-feira, 6 de agosto de 2007

    O Mundo é Nosso, Imperialismo do Século XIX


    África, século XIX, o continente quase todo encontra-se sobre o controle dos países europeus, seja na forma de protetorados, de controle direto ou associação aos governos locais por parte dos países da Europa. O mapa da África, e sua conseqüente divisão entre as potências da época foi traçado em Berlim(!!!!), isto mesmo, na capital alemã, em uma conferência sob a chefia de Otto von Bismarck. Reunidos líderes das principais potências econômicas do “Velho Continente” trataram de negociações para dirimir divergências e organizar a exploração no continente africano e redefinir ou traçar o mapa daquela área. A justificativa para tal ação era a “Missão Civilizatória”, já que o Eurocentrismo (idéia vigente e divulgada no séculoXIX) julgava que cabia aos europeus a missão de levar civilização, conhecimento e saber aos povos africanos (mesmo que este conceito desprezasse as tradições culturas e conhecimentos do nativos da “Mama África”), claro que isto representava levar os valores europeus, sem a prévia consulta aos africanos.
    Por trás deste “nobre” objetivo escondia-se o desejo de controlar e explorar as importantes reservas de ouro, diamantes, marfim e outros recursos naturais que a África dispunha. Nem sempre os europeus se entenderam bem sobre esta divisão chamada de Neocolonialismo ou Imperialismo (exemplo disto foi a Guerra do Bôeres) mas de modo geral o plano de conquista foi bem executado e os resultados favoráveis à construção ou consolidação dos grandes impérios do século XIX, já para os africanos a tragédia possuiu uma amplitude inimaginável. Não bastasse as perdas humanas que a África teve durante os séculos XV ao XVIII com o tráfico de escravos, veio o controle de seus territórios e a conseqüente retirada de suas riquezas naturais para ampliar a fortuna de pessoas do outro lado do Mediterrâneo ou do Atlântico.
    Cabe ainda dizer que o Imperialismo não se restringiu à África,nem aos países europeus, foi levado para a Ásia e praticado também na Oceania e América e que os EUA também fizeram uso deste expediente para aumentar o seu poderio econômico e que por trás desta ação estavam os cartéis, trustes e holdings que dominaram o cenário econômico na virada entre os séculos XIX e XX.

    Questões para debate:

    1. “Existe uma profunda relação entre as comunidades científicas européias e o Imperialismo (Neocolonialismo) no século XIX.” Explique a afirmativa:
    2. A Chamada “Missão Civilizatória” desapareceu plenamente?



    Veja mais:
    http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=252
    http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=795788 (comunidade que discute temas relacionados à História)
    http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1078658 (Comunidade sobre História Contemporânea)
    http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=93253 (Comunidade Política e História)
    http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=23431119 (Não à Tirania, sim à Liberdade)
    HOBSBAWN, Eric. A Era do Capital (1848-1875). Rio de Janeiro:Paz e Terra, 1982. ______________. A Era dos Impérios. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

    HARVEY, David. O Novo Imperialismo. São Paulo: Edições Loyola, 2003.

    SOMMA, Isabelle. A Partilha da África. Revista Aventuras na História, ed 35, , São Paulo: Editora Abril, julho de 2005.
    P.S.: Peço desculpa aos que visitaram o blog recentemente e não encontraram atualizações, isto deve-se ao pouco tempo disponível (as férias acabaram) e a problemas com o PC. Espero agora manter uma maior freqüência de atualizações.