No início do século XVI, o Brasil e sua produção açucareira ocupavam um destacado papel na economia portuguesa e, por que não dizer, no comércio europeu. Justamente devido a essa importância a colônia despertou o interesse dos holandeses, que a princípio foram parceiros dos portugueses nos negócios coloniais do açúcar.
A União Ibérica (1580-1640), período
Nassau e a transformação do Recife
A serviço da WIC (sigla de Companhia de Comércio das Índias Ocidentais), Nassau transforma a pequena vila do Recife no centro de seu governo. Para reestruturar a economia açucareira concede empréstimos a senhores de engenho. Executa obras públicas como drenagem de áreas alagadas, construção de prédios públicos, criação do jardim botânico e de um observatório astronômico entre outras. Também traz missões científicas e artísticas e com a ajuda de um certo “boi voador” arrecada dinheiro para a construção da mais longa ponte da América na época. Tudo isto somado a um momento de tolerância religiosa incomum naquele período.
Sua administração marcou de tal modo o imaginário e a memória dos pernambucanos que, apesar de seu governo ter durado apenas sete anos e ter ocorrido há mais de três séculos, ele permanece como uma referência por quem os recifenses e praticamente todo o povo de Pernambuco possuem uma certa admiração.
Outros tempos
A forma de Nassau administrar gerou desconfiança e não contou com a aprovação da WIC que o destituiu do cargo e cobrou as dívidas dos senhores de engenho. Revoltados, os produtores de açúcar, pegaram em armas, e mesmo sem contar com o apoio português, venceram os holandeses em algumas batalhas, era a Insurreição Pernambucana. Ao final dos conflitos e já com o apoio da metrópole os batavos foram expulsos pelos luso-brasileiros, feito que enche de orgulho o povo pernambucano que cita este fato como o “nascimento da pátria brasileira”. Devido a acordos e pressões a Holanda foi recompensada com uma indenização de 4 milhões de cruzados e com algumas colônias portuguesas na África e na Ásia. Isto no entanto, não desmerece o feito dos que lutaram.
Depois da expulsão dos holandeses muito coisa mudou, Portugal já estava separado da Espanha e a sua colônia na América havia aumentado de tamanho graças a interiorização de certas atividades como a pecuária, as missões jesuíticas e as ações dos bandeirantes. Com o declínio do açúcar, provocado pela concorrência antilhana, novos tempos se iniciariam e irão formatar o território e a colonização doravante.
Um comentário:
O mestre será sempre eterno. Acima de tudo um forte, como diria Euclides da Cunha, voou alto nas Asas do Destino e conquistou o mundo com sua pequena brincadeira de modelar o barro. Que seu legado seja eterno!
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