quinta-feira, 5 de julho de 2007

Opulência da Economia Açucareira


Os primeiros anos não foram fáceis. Da implantação da cultura de cana-de-açúcar ao seu apogeu, os colonos portugueses enfrentaram diversas dificuldades. Resistência dos nativos, dificuldades de adaptação ao novo modo vida, distância em relação à metrópole, limitações na comunicação. Suplantadas estas barreiras, criou-se no Brasil Colônia uma das mais prósperas empresas da era do Mercantilismo.

“Ao terminar o século XVI, a produção de açúcar muito provavelmente superava os dois milhões de arrobas, sendo uma vintes vezes maior que a quota de produção que o governo português havia estabelecido um século antes para as ilhas do Atlântico. A expansão foi particularmente intensa no último quartel do século, durante o qual decuplicou.” (FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 33 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional p. 48-49.)

Isto se comprova não só pelo volume de produção e exportação do açúcar, nem apenas pelo número de engenhos implantados no Brasil (60 no ano de 1570) mas, principalmente, pela arte e pela opulência que esta sociedade ostentava.
Esta riqueza demonstra-se nas expressões artísticas e principalmente nas Igrejas construídas no Nordeste, mesmo quando a Mineração já ocupava o primeiro lugar no valor das exportações e Arte Barroca já se evidenciava no Brasil. Inegavelmente tal opulência foi muito mais nítida na época do domínio holandês no Nordeste.
Esta marca de riqueza é tão forte que alguns historiadores falam em açucarocracia para descrever a sociedade desenvolvida em torno da plantation açucareira é foi retratada na obra de pintores e marcada nas igrejas do Recife, Salvador e João Pessoa, ou Nossa Senhora de Filipéia (como era conhecida no período). Estas igrejas, engenhos, pinturas e outros compõem um rico acervo que retrata uma parte relevante da História do Brasil e que merece ser preservada e conhecida por todos.